domingo, 14 de outubro de 2007

Restam poucas oportunidades (going green)


Agora, quando começa a estação das chuvas, lembro que não é tarde demais para lembrar que - enquanto espécie - ainda nos restam algumas oportunidades para minimizar os impactos do nosso modo de vida sobre o nosso planeta.

Mudança climática é mais do que uma palavra de ordem. Emissões de carbono são bem mais do que um cálculo casual dos efeitos da ação humana sobre a globosfera.

Trata-se do nosso modo de vida, das coisas que sinceramente desejamos - do jeito que sempre acreditamos ser natural o nosso viver. De fato, achamos natural o consumo de combustíveis fósseis, percebemos como progresso a redução do tempo e da distância, sem - de fato - perguntarmo-nos pelos custos energéticos dessa aceleração do mundo e das relações que lhe são inerentes.

Do conforto do trem e do navio a vapor à instantaneidade do jato e do supersônico, à individualidade liberal do motor à explosão do automóvel particular, somos sempre remetidos a uma falsa ideia de progresso seguro e isento de custos ambientais, políticos e sociais.

A mudança climática e as emissões de carbono põem um fim à nossa percepção de um progresso seguro e cobram o preço ambiental contido em nosso modo de vida - os custos sociais e políticos somente poderão ser compreendidos daqui a muitos anos - desconfiamos que noutra ordem sustentável de desenvolvimento a desnutrição não teria exigido tantas vidas humanas.

Mas ainda há o que fazer: aprenda a ser verde, (dicas aqui: http://makemesustainable.com) prefira alimentos orgânicos, rejeite o plástico, tenha uma cesta de compras para não entupir a natureza com aqueles sacolés brancos de supermercados, reduza as suas emissões de carbono. É possível. Mais. É necessário.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Ecos da 11ª SEMAJUR

O Departamento de Ciências Jurídicas da UNEMAT promoveu - de 3 a 5 de setembro p.p. - a 11ª SEMAJUR. Para mim foi a oportunidade de rever um grande e velho amigo - o Dr. Carlos Alberto Reyes Maldonado, advogado formado nas "arcadas" de São Francisco, ex-reitor da Universidade e agora doutorando em educação por Siegen (Alemanha).

Do seu colóquio extraí duas grandes notícias: o deslocamento da centralidade na formação do jurista, adaptando-o ao manejo da técnica irrefletida e alienada no sentido da construção da Justiça e conceito de causalidade tal como formulado pela etnia taukane, clamando por uma bi-dimensionalidade espaço-temporal.

A primeira notícia relaciona-se com o modelo de formação dos futuros promotores, juízes e advogados denunciando sua incompatibilidade com os desafios sugeridos pela nova conformação cognitivo-sensorial da realidade em um mundo dominado pela razão política, transformando os "operadores" do direito, nas palavras do palestrante em meros "funcionários dos códigos".

A segunda notícia merece um estudo muito aprofundado, pois, se tomarmos como verdadeiro o postulado de causalidade taukane, então, devemos reescrever todo o direito das obrigações, revogar mais da metade do Código Penal, sem falar das implicações sobre a responsabilidade civil e administrativa.

Espero que estas notícias tenham, de alguma forma, tocado os espíritos dos acadêmicos - pois, são considerações de elevado conteúdo prático e teórico, com profundas implicações sobre o conhecimento jurídico. Espero voltar a estes tópicos brevemente.

Você é pós-moderno?

Afinal, o que é ser pós-moderno? Certa vez fui confrontado pela idéia de que sendo o modernismo a grande afirmação do humanismo científico, então o pós-moderno - como necessária antítese do primeiro - seria a negação do humanismo como objetivo teleológico ou finalista da razão. Este argumento formulado pelo amigo e professor Dr. Romyr Conde, então apenas expressado como uma objeção à ideologia pós-modernista, deu-me os traços fundamentais com os quais consegui compreender a distinção entre o moderno e o pós-moderno.

Bom, esta é a razão de ser deste blog.

Agora, se você já percebeu a filiação a uma torcida de time de futebol já não mais é herança de pai para filho; se, de alguma forma, você percebe que o seu futuro é diferente daquele que os seus pais e seus avós percebiam para si mesmos; se você percebe que os conceitos de estabilidade e segurança que governavam a vida num passado ainda recente foram substituídos por categorias de impermanência e contingência; então, seja bem vindo à pós-modernidade.

Ser pós-moderno não significa ser fã incondicional da última banda de indie-rock, muito antes pelo contrário, significa saber que esta expressão da cultura está associada a um modo de produção em que tudo, absolutamente tudo, torna-se descartável após o uso. No pós-moderno não há espaço para o incondicional.

Com esta primeira idéia abre-se este blog, que pouco a pouco eu e vocês aprenderemos a usar.